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Achilles Simioni (Kille) – Ribeirão Preto, Brasil, 1978
Kille é um artista plástico e designer cuja trajetória transita entre o mundo dos brinquedos e das artes visuais. Desde jovem, já expressava sua paixão pela arte, criando, desenhando e vendendo seus primeiros quadros aos 16 anos. Enquanto estudava Arquitetura em São Paulo, mergulhou mais fundo no universo artístico, e realizou cursos com artistas renomados como Carlos Fajardo e Nuno Ramos. Com este último, participou de exposições coletivas no Sesc Pompeia e Sesc Araraquara, solidificando seu caminho nas artes visuais.
Após se formar em Design, Kille voltou a Ribeirão Preto, sua cidade natal, onde abriu a Tapa Galeria ao lado da arquiteta e designer Luciana Pagnano, sua esposa. Realizou diversas exposições em parceria com a Galeria Virgílio, levando ao público de Ribeirão Preto uma programação que conectava o cenário artístico local ao efervescente ambiente cultural de São Paulo. Essa conexão manteve vivo seu espírito criativo e consolidou sua presença no meio da arte.
Em 2011, Kille fundou a Kitopeq, uma fábrica de brinquedos de madeira com um conceito de design interativo e original. Em 2018, fundou a Milliepacco, uma linha de brinquedos colecionáveis de vinil que explora design e storytelling, onde o lúdico encontra o aprendizado socioemocional.
Recentemente, o artista lançou Kille Puffy Doodle, marcando seu retorno definitivo às artes visuais com uma exposição homônima na Galeria Kovak & Vieira. Os puffy doodles são mini esculturas aglomeradas em polímero, inspiradas no universo pop, na arte urbana e na cultura visual contemporânea. Com este projeto, Kille une seu conhecimento na área industrial à criatividade, resultando em obras de arte irreverentes.
Sobre a exposição – Kille Puffy Doodle | Texto Curatorial Luiza Testa
Encarar uma obra de Kille é como adentrar o território do inconsciente, onde formas e ideias se entrelaçam. Elementos que, à primeira vista parecem misturados ao acaso, na verdade compõem uma trama estruturada pronta para ser decifrada, onde cada parte forma o todo. É preciso um olhar atento para captar e desmembrar os detalhes, que revelam camadas de significado e, ao final, uma narrativa visual. Dentro do aparente caos, surge a ordem: seja pela escolha cuidadosa das cores, os detalhes meticulosamente desenhados ou o encaixe milimétrico entre os puffy doodles – e cada um é único.
Nas 15 obras aqui exibidas, Kille converte a matéria-prima da indústria em arte. Ele manipula materiais sintéticos, subvertendo sua função original para dar a eles uma nova subjetividade, um propósito outro, que não é a utilidade. Em suas mãos, esses materiais ganham vida como veículos de uma expressão estética que, além de divertida, nos leva a questionar os limites entre o utilitário e o artístico. Suas obras se erguem como monumentos ao potencial expressivo do artificial.
Nesse universo, Kille encontra beleza na confusão, calma no excesso, uma organização para o aparente caos. Suas composições são uma manifestação estética de como o excesso pode ser reformulado, encaixado e, paradoxalmente, transformado em algo prazeroso e contemplativo. Kille nos desafia a ver cada parte do todo, a redescobrir o material industrial como arte, e a encontrar, em meio à sobrecarga de estímulos, uma nova forma de satisfação visual.