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Brincando de Esconde-Esconde | Pinturas Recentes de Edu Cardoso
Texto Curatorial: Renata Rocco
Edu Cardoso é um artista autodidata nascido em Avaré, São Paulo. Pintando obras figurativas e expondo há mais de 20 anos pelo Brasil e Estados Unidos, o artista vem explorando, de maneira singular, linguagens artísticas como o surrealismo, o pop e o hiper-realismo.
Para esta exposição “secreta”, selecionamos 10 obras, divididas majoritariamente em duas séries: 1. Expressões Populares; 2. Amigos Imaginários. Na primeira série, deparamo-nos com as obras “Chorando as Pitangas” e “A Casa da Mãe Joana”, em que o artista apresenta a sua visão desses ditados. Ao fazê-lo, reitera expressões corriqueiras, usadas sem que saibamos as suas origens e transformações com o tempo. Sem nos darmos conta, as adotamos ao longo da vida, empregando-as largamente. Dessa forma, Edu Cardoso brinca com o observador, ativa sua memória e o convida para seu mundo.
Esse mesmo convite é feito pelas obras da segunda série. Com telas como “Esconde-Esconde” e “Tata, Gelatina Azul e o Ser Imaginário” (re)encontramos o amigo imaginário, que povoou a infância de muitos de nós. O amigo é recuperado de forma poética, onírica, silenciosa e profunda pelo artista. São pinturas que têm o poder de nos intrigar e fascinar, recuperando nossa própria história que é individual, mas também coletiva.
De modo geral, tanto as telas quanto os desenhos oferecem ângulos de visão variados, estratégia compositiva que, ora nos insere na cena, ora nos coloca como observador privilegiado, quase como se pudéssemos tocar os personagens e as coisas do mundo do artista.
Memórias, linguagens, sonhos, vidas. Tudo atravessa as obras, estimulando nossa percepção, uma vez que dão concretude a coisas que habitam apenas em nossa imaginação e no nosso comunicar diário com os outros. Como num jogo de esconde-esconde, Edu Cardoso reacende histórias, memórias, costumes que aparecem e depois somem, mas que, inevitavelmente, permanecerão – ainda que em transmutação – pelas próximas gerações.