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Sobre a expositora | Ana Spett (n.1978, SP, BR)
Ana Spett inicia seu percurso artístico com croquis, projetos e experimentações em papel, muitos provindos do seu histórico como arquiteta e urbanista, e transpassa posteriormente para a desconstrução de suas próprias criações através de recortes, colagens, cisões e fusões de cores e texturas. Utilizando uma variedade de materiais, técnicas e superfícies, sua produção apresenta também forte relação com suas vivências na área da ilustração e do design gráfico: uso de linhas, jogo de simetria e assimetria, grids e tipografia. Assim, a artista propõe ressignificar e decompor composições comuns e a cada peça que produz convida o espectador para uma experiência sensorial única.
Arquiteta de formação com mestrado em Urban Design pela Politecnico di Milano, na Itália, e pós graduação em Ilustração e Design Gráfico pela EBAC-SP (Escola Britânica de Artes Criativas), atualmente vive e trabalha em seu atelier em São Paulo. Sua inquietude na pesquisa e na busca por conhecimento lhe atribui também inúmeras participações em workshops, cursos e experimentações com outros artistas.
Ana Spett é também cofundadora do SPETT ART STUDIO – estúdio de arte e design que se debruça, principalmente, na criação de murais, ilustrações e projetos editoriais diversos.
Entre suas exposições podemos citar:
2023 – Coletivo Spett Studio + R² Studio “COMPRO” – Galeria Kovak & Vieira, SP BR
2019 – Coletivo Instituto Tomie Ohtake 2019 (núcleo de cursos), SP BR
2018 – Coletivo Galeria Virgílio, SP BR
2018 – Coletivo EBAC (Escola Britânica de Artes Criativas), SP BR
2017 – Coletivo EBAC (Escola Britânica de ArtesCriativas), SP BR
Texto curatorial por: Renata Rocco
Apresentamos na Kovak & Vieira a primeira exposição individual da artista Ana Spett. Pintora, gravadora, muralista, ilustradora, arquiteta e designer, Ana Spett traz obras em diversos suportes – tela, madeira, papel – utilizando técnicas variadas, como pintura, gravura e desenho. Suas criações estão intimamente ligadas à sua própria história como artista, e, ao mesmo tempo, à história de todos nós. Elas nos falam sobre sentimentos, fases da vida, formas de comunicação interpessoais e espaços de interação.
Nesse sentido, é emblemática a intervenção que Ana Spett realiza em folhas da antiga TELESP (Telecomunicações de São Paulo), as quais trazem plantas de telefonia e de circuitos desde a década de 1960. São papeis que a artista resgata do prédio da empresa, salvando-os do descarte. Ao utilizá-los como suporte para desenhar, perfurar, escrever e gravar frases e palavras que refletem não apenas sua vida, mas também a nossa, a artista redefine o significado dos papeis resgatados, destituindo-os de suas funções originais e transformando-os em reflexões e anseios: a representação de homens com britadeiras, por exemplo, mostra que tudo será quebrado para depois ser refeito e reconstruído.
Nas pinturas sobre madeira e sobre tela, utilizando cores que ela mesma produz, a artista grafa fragmentos de tipos – palavras, letras e números – colhidos pela cidade. São, novamente, compartilhamentos de sua vida e de sua circulação no meio urbano. Essas obras não oferecem respostas imediatas ao espectador, nem procuram situá-lo; ao contrário, propõem especulações, inquietações e divagações sobre a cidade e a memória que ela evoca.
“O que incide” apresenta cores, palavras, traços, desconstruções, reinvenções e sonhos que ora nos pertencem, ora nos escapam. Incidem nas obras, incidem sobre nós.
5-12 série “tipos”/ ACRÍLICA E GUMPRINTING SOBRE MADEIRA – 2019/ 26,5 x 53,5cm
22-30 série “papo furado”